Dia Internacional da Síndrome de Down: Inclusão, saúde, educação e mercado de trabalho
Publicado em: 22/03/2021
Por Fátima El Kadri
Para lembrar a importância da inclusão e do respeito a essa população, o dia 21/03 é conhecido como o Dia Internacional da Síndrome de Down.
Dentre os vários tipos de deficiência existentes, talvez as que são maior alvo de preconceito são as deficiências intelectuais, frequentemente associadas à incapacidade de aprendizado e convívio social.
Neste texto, vamos destacar algumas informações, bem como as conquistas e dificuldades das pessoas com síndrome de down.
O que causa a Síndrome de Down
A síndrome de Down é causada por uma alteração genética que ocorre no momento da concepção, e caracteriza-se pela presença de um cromossomo a mais em todas as células do organismo — a trissomia. Assim, ao invés de 46 cromossomos, as pessoas com a síndrome têm 47.
No Brasil, estima-se que a cada 700 bebês nascidos, pelo menos 1 tenha essa característica; em torno de 270 mil casos.
Nos Estados Unidos, essa taxa é ainda mais alta: 1 a cada 691 bebês nascem com a síndrome; em torno de 400 mil casos.
No mundo, estima-se que a incidência seja de 1 em 1 mil nascidos vivos. A cada ano, cerca de 3 a 5 mil crianças nascem com síndrome de Down.
É certo que a trissomia compromete o desenvolvimento e a socialização da criança, então, ela precisa de maiores cuidados com a saúde e deve ser estimulada ao longo de toda a vida. Porém, é importante frisar que a Síndrome de Down não é uma doença, e sim uma condição.
A criação da data
A escolha do dia 21/03 para ser o Dia Internacional da Síndrome de Down tem a ver com as três cópias do cromossomo 21, que caracterizam a síndrome.
A data foi criada em 2006 pela Down Syndrome International (EUA), mas somente em 2011 foi oficializada pela ONU a pedido do Brasil.
Dia Internacional da Síndrome de Down: o que comemorar?
Os avanços na área da saúde e a crescente conscientização social vem promovendo melhorias na qualidade de vida de pessoas com síndrome de Down, começando pelo aumento da expectativa de vida.
No final da década de 1980, um indivíduo com a síndrome de Down vivia no máximo 30 anos. Felizmente, hoje, essa expectativa de vida dobrou, devido a amplitude de acesso aos tratamentos de saúde relacionados à síndrome.
Os médicos estão cada vez mais se especializando em assuntos relacionados à síndrome e em tratamentos de saúde, como problemas cardiorrespiratórios e fraqueza muscular.
Na área de educação, o número de alunos com síndrome de Down vem crescendo gradativamente nos últimos anos, uma grande conquista que deve ser celebrada nesta data.
A inclusão educacional ainda é bastante desafiadora, pois cada aluno têm as suas adaptações e assistência pedagógicas específicas.
Quanto às oportunidades no mercado de trabalho, embora ainda não sejam o ideal, graças à Lei de Cotas, as pessoas com síndrome de down têm mais chance de serem cidadãos produtivos, com emprego e independência financeira.
As características comuns da personalidade deles, como a capacidade de comunicação direta, desenvolvimento de empatia, vínculo afetivo, memória restrita — que auxilia a reter o aprendizado recente, entre outras habilidades —, acabam gerando diversos impactos positivos na saúde organizacional.
Esperamos confiantes mais avanços que possam abrir novos caminhos para pessoas com síndrome de down, tendo um futuro promissor, mais independente e feliz.